Aconteceu na manhã de hoje uma coletiva de imprensa no Santuário Nacional São José de Anchieta, no Sul do Estado, para apresentação do projeto de restauro e readequação do monumento religioso que será inaugurado oficialmente amanhã (18) após três anos de trabalho. Participaram deste momento o coordenador do Cuidado do Patrimônio Histórico e Cultural da Companhia de Jesus no Brasil, Pe. Carlos Alberto Contieri; o reitor do Santuário Nacional de São José de Anchieta, Padre Nilson Maróstica; o Prefeito de Anchieta, Fabrício Petri; a superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-ES), Elisa Machado Taveira; A presidente do Instituto Modus Vivendi, Erika Kunkel e representantes da Vale e do BNDES.
Após um projeto que envolveu serviços de conservação e restauração, o Santuário passa a contar, entre outros diferenciais, com um novo conceito de museu. Um centro interpretativo, com dinâmica de comunicação maior e mais interativa, que permite novos conhecimentos e diálogos com a história do local. O Santuário Nacional de São José de Anchieta é um dos mais importantes símbolos da presença dos jesuítas no Brasil e o monumento formado pela Igreja Nossa Senhora da Assunção e pela antiga residência jesuíta, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1943.
Entre as obras de modernização estão climatização, sonorização, restauro do patrimônio arquitetônico, iluminação monumental, sistema de proteção de descarga atmosférica (SPDA), segurança e projeto de combate a incêndio. Também foram realizados levantamentos históricos, pesquisa arqueológica, restauro da imaginária e dos objetos litúrgicos, digitalização do acervo e projeto de readequação litúrgica. Tudo para compor os antigos e os novos espaços de uso do Santuário que agora compreendem a Igreja, o Centro de Interpretação, o Centro de Documentação, o Café, a Loja e o Paisagismo Cultural.
Destaque especial para a acessibilidade com banheiros adaptados conforme normas técnicas, sinalização em braile, intérprete em libras nos vídeos, passarelas acessíveis no paisagismo e plataformas elevatórias para que todos os visitantes tenham acesso à Cela de São José de Anchieta e ao Centro de Documentação. E, importante, todo o roteiro textual do Centro de Interpretação terá traduções para o inglês e o espanhol.
Após o restauro, o Instituto Modus Vivendi, por meio da administração do Santuário, promoverá ações educativas financiadas pelo projeto em Anchieta, no período de um ano. O restauro do Santuário de São José de Anchieta foi integralmente aprovado pelo Iphan e efetivado pela Lei de Incentivo à Cultura Federal, com patrocínios do Instituto Cultural Vale e do BNDES. O valor total do projeto foi de R$ 10,5 milhões.
As obras foram realizadas por profissionais especializados, com muito estudo, respeito às normas, responsabilidade e cuidado. Preservar as características originais do monumento, segundo os padrões rígidos internacionais do restauro, foi prioridade do Instituto Modus Vivendi, organização responsável pelo restauro.
“A riqueza arquitetônica, o conteúdo histórico e a rica história do Santo irão encantar e surpreender os visitantes. Temos certeza de que todo esse investimento promoverá um resultado muito positivo para Anchieta e para o Espírito Santo, atraindo um número ainda mais expressivo de fiéis e turistas ao local. Este projeto mudará a história da região, pois vai gerar efeito multiplicador no turismo e no desenvolvimento local a partir do uso da sua identidade cultural, da fé e da história de São José de Anchieta”, afirmou a responsável pelo trabalho de restauro, a presidente do Instituto Modus Vivendi, Erika Kunkel.
Embora suspenso na pandemia, a expectativa é de que o turismo religioso no Santuário seja retomado nos próximos meses, com a abertura para visitação a partir do avanço da vacinação. Tudo está pronto para receber os milhares de fiéis e peregrinos que visitam atrações voltadas para a fé e, cada vez mais, optam por monumentos que ofereçam um acolhimento seguro e confortável, e que incluam hospedagem e meios de transporte. Esse segmento, inclusive, já desponta como uma força importante para o desenvolvimento econômico, promovendo contribuições relevantes para as regiões onde se concentram, sobretudo em tempos de crise, como empregos e renda.
Segundo o reitor do Santuário Nacional de São José de Anchieta, Padre Nilson Maróstica, antes da restauração, o Santuário estava abandonado, em duplo sentido. “Estava esquecido, o povo não sabia da existência do prédio nem da sua importância. Não conhecia a riqueza histórica do monumento nem seu valor. Num segundo sentido, Anchieta não era conhecido. Com a canonização, ele foi restaurado. Com isso, temos visto que cresceu e multiplicou o número de pessoas interessadas em São José de Anchieta, levando em conta toda a sua devoção e interesse pelos aspectos artístico e cultural do monumento. O Santuário, então revitalizado, revigora a fé do povo no santo, aumenta a devoção. Também desperta o interesse turístico, artístico, cultural. Revitalizar o Santuário é restaurar para preservar e divulgar”, afirmou.
Para a superintendente do Iphan-ES, Elisa Machado Taveira, as obras de restauração e readequação do Santuário proporcionaram plena proteção e promoção a esse importante patrimônio jesuíta. “As intervenções permitirão democratizar o acesso às salas, promovendo a acessibilidade no local, e fomentarão o conhecimento do legado jesuíta na formação do nosso país com a criação dos Centros de Interpretação e de Documentação. Também possibilitarão restaurar e aflorar as belezas do conjunto arquitetônico que abriga a Igreja de Nossa Senhora da Assunção e a antiga residência dos jesuítas, tombado pelo Iphan desde 1943”, afirmou. Segundo ela, a conclusão desse projeto, realizado por uma equipe multidisciplinar, é uma ação exemplar para a preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro.
O diretor de crédito produtivo e socioambiental do BNDES, Bruno Aranha, destacou que “o complexo arquitetônico do Santuário de Anchieta é um dos mais antigos e importantes do País. Os investimentos realizados pelo BNDES e outros parceiros contribuirão para a qualificação do turismo no Espírito Santo, ampliando também o conhecimento sobre o relevante papel do Padre Anchieta na história do Brasil colônia”.
Fonte: Aves